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Lesões Ósseas Pseudotumorais

Essas lesões que simulam tumores no sistema músculo-esquelético podem ser confundidas com tumores devido à presença de alguma massa ao exame físico ou aparência semelhante a um tumor em exame de imagem. É importante o seu diagnóstico correto porque, se forem confundidas com tumores ósseos, podem receber tratamento excessivo ou inadequado.



As lesões ósseas pseudotumorais são lesões não neoplásicas que simulam tumores ósseos, por isso são chamadas de “pseudo”.

pseudo-
(grego pseûdos, -eos, mentira, falsidade)
elemento de composição
Exprime a noção de falso, enganador (ex.: pseudo-intelectual).

"pseudo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
https://www.priberam.pt/dlpo/pseudo [consultado em 14-08-2017].

Essas lesões que simulam tumores no sistema músculo-esquelético podem ser confundidas com tumores devido à presença de alguma massa ao exame físico ou aparência semelhante a um tumor em exame de imagem. É importante o seu diagnóstico correto porque, se forem confundidas com tumores ósseos, podem receber tratamento excessivo ou inadequado.

São lesões pseudotumorais:

• Cisto Ósseo Simples, Cisto Ósseo Justacortical, Cisto Ósseo Aneurismático e Cisto Epidermóide Intra-ósseo.
• Fibroma não Ossificante.
• Displasia Fibrosa.
• Miosite Ossificante.
• Granuloma Eosinófilo e Granuloma Reparador de Células Gigantes.
• Tumor Marrom do Hiperparatireoidismo.

Essas lesões ósseas pseudotumorais ocorrem com maior frequência em localizações de maior crescimento ósseo. A maioria dos casos, cerca de 60%, ocorre na região do joelho, podendo provocar deformidades osteoarticulares (dos ossos e das articulações), fraturas, diferença de comprimento entre os membros inferiores, distúrbios da marcha (caminhada) e às vezes provocam também sequelas incapacitantes, que acontece quando um membro ou um órgão perde a capacidade de exercer a sua função.

O tratamento dessas lesões tem apresentado recentes e contínuas inovações, como a utilização de novos medicamentos e terapias adjuvantes, enxertos ósseos e técnicas cirúrgicas avançadas.

Causas e Fatores de Risco

Um fator de risco é qualquer coisa que aumenta a chance de uma pessoa desenvolver uma doença. Mas os fatores de risco não nos dizem tudo. As pessoas que não têm fatores de risco ainda podem ter a doença. Além disso, ter um fator de risco, ou mesmo vários, não significa que uma pessoa terá determinada doença.

As lesões ósseas pseudotumorais podem surgir em decorrência de doenças metabólicas (desordens do metabolismo, que fazem com que o corpo tenha muito ou pouco das substâncias essenciais para se manter saudável), ou após trauma local.

O Fibroma não Ossificante é considerado um defeito embrionário, ou uma variação normal da formação óssea, que acomete mais meninos do que meninas. E o Tumor Marrom é uma lesão focal de células gigantes associada ao hiperparatireoidismo primário ou secundário.

Os jogadores de futebol que se machucam no meio da coxa, por exemplo, desenvolvem dor e hematomas que podem levar eventualmente ao surgimento da Miosite Ossificante.

Sintomas, Exames e Diagnósticos

Existe uma grande variedade de lesões envolvendo o sistema músculo-esquelético que imitam tumores. A correlação com a história clínica, como doenças subjacentes, idade, história de trauma, cirurgia ou procedimentos, é obrigatória para um diagnóstico preciso. A escolha adequada de um exame de imagem também é importante na diferenciação de lesões ósseas pseudotumorais de neoplasias verdadeiras.

A maioria dos Fibromas não Ossificantes e das Displasias Fibrosas Monostóticas são assintomáticas, sendo encontradas apenas quando o paciente é radiografado por outro motivo, geralmente trauma. Já em outros casos, como no Cisto Ósseo Aneurismático, o paciente pode apresentar um quadro leve de dor no local da lesão, podendo ser possível também observar sinais inflamatórios, como inchaço e calor. Em casos de Miosite Ossificante, pode haver, ainda, fraqueza e dor muscular.

Cada tipo de lesão pseudotumoral tem seu quadro específico de sintomas; assim como correspondentes exames para confirmação do diagnóstico.

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Tratamentos

A maioria dos Fibromas não Ossificantes desaparece espontaneamente, mas alguns podem continuar a aumentar. Lesões maiores que 8 cm podem causar dor e enfraquecimento ósseo, possibilitando o desenvolvimento de fratura patológica, que também é a complicação mais freqüente da Displasia Fibrosa.

Para estes casos de fratura e outros, pode haver a necessidade de tratamento com imobilização ou cirurgia.

A seguir, alguns possíveis tratamentos contra lesões pseudotumorais:

Medicamentos

Várias doenças relacionadas à perda de mineral ósseo são tratadas com bisfosfonato, que atua inibindo a reabsorção óssea mediada pelos osteoclastos. Na Displasia Fibrosa, esse medicamento pode diminuir a dor e ajudar a prevenir fraturas.

Para o tratamento do Cisto Ósseo Simples, a medicação ainda mais utilizada é o acetato de metilprednisolona, injetado diretamente na lesão, com bons resultados.

Ablação por Radiofrequência

A ablação por radiofrequência utiliza a radiação eletromagnética para produzir coagulação térmica (decorrente do calor).

Estudo comparativo entre ablação percutânea (através da pele) guiada por Tomografia Computadorizada e tratamento cirúrgico aberto para o Osteoma Osteóide sugere que ambos os métodos são essencialmente equivalentes. Mas o método percutâneo por radiofrequência não exige hospitalização, tem menos complicações possíveis e permite rápida recuperação.

Artroscopia

A artroscopia é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, através de pequenas incisões e com a ajuda de vídeo.

O Osteoma Osteóide próximo à articulação do joelho e do quadril pode ser extirpado com o auxílio da artroscopia e/ou da Tomografia Computadorizada, com morbidade mínima, alívio dos sintomas e rápida recuperação funcional.

Substitutos Sintéticos do Osso

O enxerto ósseo sintético é utilizado para substituir o osso produzido pelo organismo por um material artificial com características semelhantes.

Ele pode ser utilizado em procedimentos minimamente invasivos de lesões ósseas pseudotumorais como o Fibroma não Ossificante ou o Cisto Ósseo Simples e Aneurismático.

Apesar destes serem alguns dos tratamentos possíveis, cada caso tem suas próprias especificidades, os quais devem ser considerados para se definir o melhor curso para cada pessoa.

Na dúvida, consulte um cirurgião especializado em oncologia ortopédica e faça os seus questionamentos específicos.